quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Aquele Momento Mágico

Após amarrotar o copo de plástico e, educadamente, arremessá-lo para o chão, enceto em mais uma aventura hercúlea que é ir buscar uma bebida a um bar à uma e meia da manhã. Inicio então uma sessão de dribble de pessoas, até que finalmente chego ao balcão do bar, onde sou obrigado a “estacionar” na 3ª fila de pessoas que estão à espera para pedir. Enquanto aguardo a minha vez, decido perscutar o bar com o olhar, numa autêntica pantomina do movimento de um farol. Por entre os inúmeros bêbedos, posers e patos-bravos (passo a redundância), reparo nela. Não sei como não a tinha visto antes. A minha atenção fica totalmente concentrada naquela rapariga, ignorando todos os estímulos circundantes. O meu olhar, absolutamente detido nela, assemelha-se ao de uma criança que contempla algo de magnífico pela primeira vez. “E tu, vai ser o quê, pá?”, pergunta-me o barman pela terceira vez consecutiva, enquanto tenta captar a minha atenção. “Anh..Hmm..É um Malibu-7Up, se faz favor!”, replico. Ele, em uníssono com todas as pessoas que me rodeiam naquele preciso momento, solta uma sentida gargalhada. Mas isso agora não me interessa, pois a única coisa em que consigo pensar é naquela enebriante visão. Assola-me a incontrolável necessidade de vislumbrar aquela rapariga novamente. Enquanto o alquimista reúne e prepara todos os ingredientes necessários para a poção que lhe encomendei, decido olhá-la uma vez mais. Surpreendentemente, este segundo olhar desperta-me exactamente a mesma reacção que tive quando a vi pela primeira vez, há instantes atrás. Impressionante. E, da mesma maneira, não o consigo desviar por um nanosegundo que seja. É como se, naquele instante, mais nada existisse para além dela. Eis que senão quando sinto nas costas aquela palmada máscula de amizade de um amigo meu, ao mesmo tempo que ele me informa: “’Tás a dar uma granda cana, miúdo...”. Por breves momentos fico assustado, mas depois, assumindo uma postura confiante e decidida, respondo-lhe: “Quero lá saber se estou a dar cana! Tens de concordar que não é todas as noites que se vê uma gaja com dois cotos num bar, puto!”.


NOTA: É fulcral que fique bem claro que o autor não faz, nem nunca fez, algumas das coisas socialmente reprováveis que se encontram descritas no texto. É, pois, importante salientar que o autor se opõe veementemente a todas aquelas pessoas que têm como hábito pedir “Malibu-7Up”. Como todos sabemos, esse é um dos critérios de diagnóstico de “Larilas” publicados pela OMM (Organização Mundial de Machos).

8 comentários:

tope disse...

----------------FAX----------------

Dr Mikas,

O seu T7 com vista para o vulcão está praticamente terminado.
Goastaría que me informasse se prefere que a piscina olímpica seja de água salgada ou água doce.
Aproveito para o informar que o soalho de lava flutuante está já completamente assentado, e ficou impecável.

Melhores cumprimentos,

Belzebu 666

Belzebu, Satanás & Bush - Construção Civil (Fosso Oeste, Inferno)


----------------FIM----------------

taparuere disse...

"palmada máscula de amizade de um amigo meu" soa-me a redundante redundancia por temor de descoberta da verdade.....



:p

mikas disse...

Olá, crianças? Tá tudo bem? Isso é que é preciso.

Ahhh! Como é bom quando um texto que escrevemos gera reacções... Qualquer reacção é bem-vinda. Neste caso, em 2 comentários geraram-se 3 insultos à minha pessoa. Folgo em ver que vos toco.

O primeiro insulto, redigido por "tope", chega-nos sob a forma de fax (uma vénia à tua criatividade) e insinua de forma jocosa que eu sou tão má pessoa que aquele senhor conhecido como Belzebu até já tem um cantinho preparado para mim nos confins do Inferno. Com isso posso eu bem. De facto, o Diabo já me ligou umas quantas vezes a perguntar de que cor eu queria os cortinados.

No segundo insulto, alguém denominado de "taparuere" (que, como sabem, é o equivalente em português da palavra inglesa "tupperware") decide tecer um comentário sobre apenas uma frase que seleccionou de um texto inteiro. É que comentar textos já deu o que tinha a dar. Neste sgeundo insulto, a pessoa insinua que, devido à minha escolha de palavras, devo ser um homossexual reprimido que tenta a todo o custo camuflar a minha orientação sexual. Com isso também eu posso bem. Não só compreendo que nós, seres humanos, temos a tendência de projectar as nossas vivências e experiências nas palavras de outras pessoas, como de facto encerro em mim um terrível segredo: eu sinto-me sexualmente atraído por chinchilas.

Agora o terceiro insulto é que já levo a mal. Neste insulto, a entidade "tupperware" - perdão, "taparuere" - cataloga a minha escrita de redundante. Aqui insurjo-me e invoco o meu direito à defesa.

Começemos então por "palmada máscula". Nesse universo que são as palmadas, existem diversos tipos. Podem ser palmadas gentis, femininas (como por exemplo uma dada pelo topê), estridentes, entre tantas outras. A que seleccionei foi a máscula. Pretendo com esta caracterização ser descritivo ao máximo para assim conseguir um efeito mais preciso e realista na mente do leitor. Coisas minhas.

Agora toca a debruçar-me sobre "palmada máscula de amizade (...)". Uma palmada máscula pode, curiosamente, não ser de amizade. Podemos estar perante uma palmada de ódio ou irritação, daquelas que inicia todo um bailado de "Vale-Tudo" em plena rua.

Quanto a ser "uma palmada (...) de amizade de um amigo meu", é primordial que se entenda que podia ser uma palmada de amizade de um conhecido apenas, ou mesmo de alguém que eu ainda não tenha conhecido e que, por estar ébrio e desinibido, decide que naquela noite sou amigo dele. Podia ser, mas não foi. Foi mesmo de um amigo. Claro que não foi uma palmada do topê, porque esta palmada foi máscula e como foi acima referido as palmadas dele são femininas.

No entanto, espero e peço que me continuem a insultar sempre que possam. Não porque me faz uma pessoa melhor, mas sim porque assim eu consigo perceber quantas pessoas (ou entidades) lêem atentamente a merda que eu escrevo.

P.S. - Ninguém conhece uma chinchila solteira?

taparuere disse...

cof cof cof...

caro mikas,
a pergunta q se segue não é uma mas sim duas:

1º - caso a "palmada máscula" fosse dada por um conhecido seria mesmo "amigável"? É compatível?

2º - de q cor escolheste os cortinados e porquê?

ops, afinal são 3.

mikas disse...

Exma. Taparuere:

No seguimento das perguntas que me foram feitas (ou colocadas, como preferirem), venho por este meio satisfazer a sua curiosidade natural no que concerne quer a questão semântica quer a questão de design de interiores.

1 - Sim, a meu ver uma "palmada máscula" dada por um conhecido ou mesmo por um total estranho pode ser considerada amigável e/ou amistosa. Tomemos o seguinte exemplo: Eu conheço alguém (Señor X) numa determinada noite, sendo que mantenho uma conversa com a duração total de apenas 3 minutos e 52 segundos. Algumas semanas mais tarde, o Señor X - que já se encontra bem regado - descobre-me no meio da multidão e, com uma palmada máscula nas minhas costas (muito devido à perda de sensação induzida pelo alcool), diz-me "Ganda maluco!!! 'Tasse beeem?". Esta palmada, apesar de induzida pelo seu estado de embriaguez, não deixa de ter um propósito de amizade.

2 - Seleccionei uns cortinados de côr bordeau com um padrão que inclui pequenas suásticas cor-de-laranja, com a finalidade de condizer com as lindas labaredas que irão circundar a minha propriedade. Infelizmente, estes cortinados já não se encontram em stock, na medida em que o Mário Machado (líder dos Hammerskins) comprou os últimos para decorar a sua cela.

Espero ter conseguido saciar a sua curiosidade. Só mais uma coisa: por acaso não conheces nenhuma chinchila?

Mulher_dos_Cotos disse...

Eu também reparei em ti mikas, se é esse o teu verdadeiro nome). Mas como beijaste o teu "amigo" com um bruta linguado mm no meio do bar, fui me embora derrotada.

Entretanto safei-me com uma chinchila com quem jogo curling todos os dias..

mikas disse...

Não sei quem foi o autor deste último comentário, mas acho de um extremo mau gosto gozar com esse tipo de coisas. Acho que quem escreveu isto não percebe muito bem as dificuldades que essas pessoas passam. É que os jogadores de curling são constantemente gozados na rua

piponne disse...

Malibu 7up é de facto das bebidas + rídiculas q eu já vi beber num club

:P