
África. O berço da Humanidade. Terra de mil cores, mil cheiros, mil sonoridades, enfim, mil sensações. Continente dono e senhor de uma imensurável vastidão mas, ao mesmo tempo, de uma forma de viver tipicamente intimista. Apesar de todos estes factores atractivos, África depara-se com uma catadupa de problemas. Pobreza, fome e doenças são as áreas problemáticas conhecidas por todos nós. Todavia, existe um problema que tem vindo a ser constantemente escamoteado pela comunicação social de todo o mundo. Exactamente. O leitor adivinhou. O problema de que falo são, claro está, as moscas. Em todas as fotografias e filmagens de África que nos são dadas a conhecer, aparece sempre alguém com moscas poisadas na boca. Quer dizer, todas menos aquelas em que aparece o José Eduardo dos Santos. Ah, e aquelas outras em que aparece o Mugabe. Mas tirando essas, são todas. E como é possível que ninguém fale deste tema, pergunto eu?! Como é possível que, de forma absolutamente gritante, não haja vivalma que se dedique a chamar a atenção para esta incontornável questão?! Desculpe a revolta, leitor, mas isto mexe comigo. Por isso mesmo, acho que devo prestar serviço público e ser o primeiro a debater este polémico assunto.
Fome? O Banco Alimentar promove mil e uma iniciativas que consistem no envio de alimentos para as zonas problemáticas. Doenças? Os Médicos do Mundo intervêm nesse aspecto. Então e as moscas? Quem combate esse flagelo? Não existe uma única organização que envie insecticidas para África. Não se conhece qualquer tipo de iniciativa que promova a implementação comunitária de mata-moscas nas aldeias africanas. Como podemos ser tão cruéis e insensíveis? É que a mosca é um bicho que chateia. De certeza que o leitor já passou pela incómoda experiência de estar a comer uma refeição e ter uma mosca a zumbir por cima do seu prato, sendo preciso que esteja sempre a afastá-la. Agora multiplique essa mosca por 15 e imagine-a a sobrevoar o bago de arroz daquela inocente criança do Mali. Pense naquela situação em que estava engripado e tinha uma varejeira a importuná-lo constantemente com o barulho que fazia enquanto batia, repetidamente, na janela. Ponha-se, então, no lugar daquela mulher com malária que tem que ouvir o barulho de 20 varejeiras a bater na palha da sua cabana. Complicado, não é?
Fome? O Banco Alimentar promove mil e uma iniciativas que consistem no envio de alimentos para as zonas problemáticas. Doenças? Os Médicos do Mundo intervêm nesse aspecto. Então e as moscas? Quem combate esse flagelo? Não existe uma única organização que envie insecticidas para África. Não se conhece qualquer tipo de iniciativa que promova a implementação comunitária de mata-moscas nas aldeias africanas. Como podemos ser tão cruéis e insensíveis? É que a mosca é um bicho que chateia. De certeza que o leitor já passou pela incómoda experiência de estar a comer uma refeição e ter uma mosca a zumbir por cima do seu prato, sendo preciso que esteja sempre a afastá-la. Agora multiplique essa mosca por 15 e imagine-a a sobrevoar o bago de arroz daquela inocente criança do Mali. Pense naquela situação em que estava engripado e tinha uma varejeira a importuná-lo constantemente com o barulho que fazia enquanto batia, repetidamente, na janela. Ponha-se, então, no lugar daquela mulher com malária que tem que ouvir o barulho de 20 varejeiras a bater na palha da sua cabana. Complicado, não é?
“Então mas se os gajos têm tanta fome porque é que não aproveitam as moscas que têm nos lábios e as comem?”, pergunta o leitor. Para além de extremamente cruel, mórbida e completamente fora de contexto, essa pergunta é, também, estúpida. Toda a gente sabe que uma alimentação baseada em moscas engorda bastante. E ninguém gosta de ficar com aquele pneuzinho extra. É também pertinente chamar a atenção para os milhares de situações que acontecem, por ano, nas quais um homem se distrai a afastar uma mosca e pisa uma mina. É que parecendo que não, a vida com 2 coutos em vez de 2 pernas torna-se ligeiramente mais difícil.
Por as razões acima referidas peço a ajuda de todos. Enviem um donativo para a conta Nº 1154 2755 326. Se todos contribuirmos, conseguiremos cumprir o objectivo final desta causa: ter um mata-moscas eléctrico à porta de cada cabana (já que o tradicional saco com água pendurado à entrada não funciona, uma vez que aparece sempre alguém que a bebe).
Por as razões acima referidas peço a ajuda de todos. Enviem um donativo para a conta Nº 1154 2755 326. Se todos contribuirmos, conseguiremos cumprir o objectivo final desta causa: ter um mata-moscas eléctrico à porta de cada cabana (já que o tradicional saco com água pendurado à entrada não funciona, uma vez que aparece sempre alguém que a bebe).
NOTA: O autor deste texto é, por vezes, possuído pelo Demónio. É, pois, Belzebu que o obriga a escrever estas coisas. Se algum leitor conhecer um padre que faça exorcismos é favor deixar o contacto dele.
4 comentários:
Aproveito esta situação para vos falar dum produto extremamente eficaz no combate às moscas no lábio: Moscábio. Este inovador produto consiste num batôn que repele as moscas que incessantemente poisam no lábio e que tanto desconforto causam às pobres crianças indefesas sobre o tórrido calor africano. Uma simples aplicação basta para que as indesejadas visitantes aladas se afastem de vez.
Tal se pode constatar pelo sorriso de satisfação patente nos rostos dos nossos queridos petizes africanos aquando do seu transporte para a morgue local.
"Moscábio: sai a mosca, fica a fome"
CLAP CLAP CLAP
Um momento de publicidade negra a um produto inovador nunca fez mal a ninguém! Estou a ver que me farás companhia nas profundezas do inferno, Afonso.
P.S. - "Moscábio: sai a mosca, fica a fome" é um slogan genial.
eheheheheh..
Isto já humor tao negro que roça o azul.
Desconfio, no entanto, que o autor seja do partido de extrema direita (PNR) e está a tentar electrificar toda a população do belo continente Africano, com o seu mata "moscas" eléctrico.
P.S. Afonsinha, esse conceito do "Moscábio" tem direitos de autor! No entanto por teres inventado esse grande slogan podemos dividir os lucros do marketing.
Vêmo-nos no Inferno :)
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