Vejam lá como morrem

Como poucos sabem, existem várias formas de morrer. Umas são inesperadas, outras trágicas ou até mesmo hediondas. Mas apesar do terrível impacto e choque que essas formas de morrer provocam, todos nós temos ao mesmo tempo respeito pelas pessoas que bateram as botas de forma tão dramática.
Porém, o mesmo não se pode dizer de outros tipos de morte. Se alguém quinar por se ter engasgado com um bocado de seitan, será alvo de chacota durante várias gerações. Isto serve também para a pessoa que resolveu secar o cabelo enquanto estava no banho, ou mesmo para aquela que achou que não havia problema em fazer uma festinha naquele leão “tão fofinho”. Estas pessoas, meus amigos, merecem ir para a quinta das tabuletas. Faz parte de um processo muito bonito chamado “selecção natural”.

Mas existe a raínha das mortes idiotas. Embora muitos afirmem tratar-se de uma lenda urbana, o leitor provavelmente já a viu representada num qualquer elevador. Exactamente. Falo deste tipo de morte:

E digo “tipo de morte” porque, confesso, não sei bem como defini-la. Por esmagamento? Por asfixia? Por pura estupidez? Se existem questões que merecem ser analisadas e aprofundadas esta é, sem dúvida, uma das mais pertinentes.

Primeiro ponto: Porque razão é que alguém tem necessidade de transportar o caixote-de-lixo no elevador (perdão, no ascensor)? Poderá ser porque a pessoa não tem, em casa, sacos de plástico onde colocar o lixo e tem uma quantidade de lixo acumulada de cerca de 3 anos que precisa de ser evacuada imediatamente porque daí a 10 minutos vão chegar as visitas? Não me parece, porque já que se foi à rua buscar o caixote, mais vale ir arranjar uns saquitos à loja da esquina. Ou será que o senhor em questão é um serial killer que precisa de transportar um cadáver acabadinho de matar e que, devido ao tamanho, não cabe num singelo saco de plástico? Também acho que não é por aí, pois os serial killers tendem a ser gente muito profissional e costumam desmembrar as vítimas, o que facilita em muito o transporte. Talvez seja porque o senhor em questão tem um Q.I. inferior a 2? Ah, esta sim, já me parece mais provável.

Segundo Ponto: Qual a razão para o senhor da fotografia estar, durante todo o trajecto do elevador (perdão, ascensor), agarrado ao caixote? Estará o caixote repleto de preciosidades de valor inestimável que não podem ser perdidas ou roubadas a nenhum custo? Não, não deve ser isso. As pessoas costumam guardar as preciosidades noutros sítios, como cofres, e a questão da perda ou roubo não faz sentido porque um caixote é relativamente difícil de perder e – embora nunca o tenha tentado fazer – também não deve ser muito fácil de roubar, uma vez que complica um pouco a fuga. Será que o senhor está a utilizar o caixote para forçar a porta do ascensor (desta vez acertei na nomenclatura correcta) com a finalidade de não deixar entrar aquele vizinho esquisito? Não, esperem, isto não faz sentido: as portas dos ascensores costumam abrir para fora e não para dentro. E ainda há a questão deste ser um tipo especial de ascensor, o célebre "ascensor de cabina sem porta". Poderá, numa remota hipótese, ser porque o senhor em questão tem um Q.I. inferior a 2? Sem dúvida, parece-me ser a mais viável.

Terceiro ponto – e o mais importante, uma vez que é o responsável por muita gente considerar esta morte como apenas uma lenda urbana: Se o senhor em questão tem a capacidade de levitar (como é claramente observável na fotografia), então porque é que ele não vai a levitar até uma loja qualquer e compra uns sacos de plástico, ao invés de estar a levitar sozinho dentro de um ascensor enquanto se agarra firmemente ao caixote-de-lixo? Nem mais. De forma surpreendente, o leitor acertou em cheio na resposta: porque esse senhor tem um Q.I. inferior a 2. No fundo, é só mais uma confirmação da teoria do puto Darwin.