Panda - A Mascote

Existem certas “personagens” que, em geral, não gostamos muito quase que imediatamente tal como terroristas, pedófilos ou mesmo o assassino dos nossos pais. No entanto, existem outras sobre as quais nutrimos um ódio cerrado e marcado, tal como o Panda, a imaginativa mascote do Canal Panda. Tal como o Martin Luther King, “eu tenho um sonho”, mas o meu envolve o Panda, um maçarico, alcool etílico e a Scarlett Johansson (o sonho é meu, por isso se quiser ter a Scarlett Johansson nele posso fazê-lo à vontade, mesmo não fazendo qualquer tipo de sentido).

Para além de ter um canal com o seu nome, o Panda também tem um programa só seu – até se percebe porque se até a Júlia Pinheiro tem um porque é que o Panda não haveria de ter? – no qual vai aprendendo várias profissões e praticando vários desportos. Até aqui tudo bem. Podia perfeitamente definir-se como um programa didáctico, não fossem algumas peculiariedades desta detestável personagem. Primeiro, o Panda é obviamente obeso, o que só por si não é um bom exemplo para as crianças. Depois, os seus comportamentos, trejeitos e maneirismos demonstram claramente que “joga noutro campeonato”. Senão vejamos: das inúmeras profissões que podia escolher para aprender, o Panda resolve seleccionar bailarino, cozinheiro ou apresentador de programas da manhã da TVI – o que só por si preenche os critérios para “larilas” publicados pela O.M.M. (Organização Mundial de Machos). “Então e os desportos?! Isso não é coisa de macho?”, pergunta o leitor. Apesar de não ter obrigação de responder, até porque não conheço o leitor de lado nenhum, vou-lhe fazer a vontade: o Panda aprende desportos única e simplesmente para entrar em contacto com homens musculados. Sim, porque ele nunca vai aprender badmington ou ping-pong. Não, nada disso. Ele quer sempre aprender é judo, rugby ou kickboxing e pede sempre, de forma (demasiado) excitada, para demonstrarem as técnicas nele. Para se dissiparem quaisquer dúvidas que ainda possam persistir, é pertinente referir que o Panda foi visto de mão dada com o Tinky Winky – Teletubby roxo, que se assumiu publicamente há já alguns anos – à porta do Trumps, segurando um frasco de poppers. Finalmente, por não falar, por ser preto e branco e por gesticular constantemente faz lembrar um mimo, característica essa que só serve para aumentar os níveis de ódio já existentes.

Faço por isso um apelo a todos os que lêem isto e têm filhos pequenos, irmãos petizes, ou simplesmente algum familiar que ainda seja uma criança: ensinem-nas a que, sempre que virem um panda, o pontapeiem nos genitais e de seguida lhe perfurem as carótidas (para isto serão necessárias aulas de anatomia, mas penso que valerá a pena pois estarão a prestar um serviço à humanidade). Depois ainda se admiram que o panda seja uma espécie em vias de extinção.